Hoje venho falar da pressão de
grupo, o que é que isto que dizer? É aquela pressão que sentes para te sentires
integrado num grupo. Lembro-me quando era adolescente que bebia muito, para me
armar e para me sentir uma com a malta mais velha com quem me dava. Comecei a
fumar cedo, também para ser a maior. A ideia que temos de que somos mais
crescidos porque estamos a fumar... Quando tinha os meus 17 anos comecei a dar-me
com um grupo que fumava erva. Gostava imenso deles, eu fumava tabaco e nunca
fumei erva com eles. Curiosamente, eles respeitavam e curiosamente nunca me
perguntaram se queria, nem me forçaram a nada, mas lembro-me que na bebida e no
tabaco, entre os da minha turma ou amigos, havia sempre alguém a perguntar “então
não bebes nada?", “Não sejas cortes, fumar um cigarro não faz mal a ninguém, és
mesmo cagona!”. Claro bebemos e fumamos porque os outros querem e porque de certa
forma isso faz-nos sentir integrados. Pelo menos vão gostar de nós porque somos
corajosos e rebeldes. Ninguém começa a fumar e beber porque gosta, já que nunca teve essa experiência, e ninguém gosta do primeiro cigarro. Por isso pergunta-te, mesmo e a sério, sê o mais honesto contigo, porque fumas?
Com esse grupo de amigos que fumavam erva, um dia para estar no ritual do dar uma passa do charro que circulava, resolvi dizer que queria experimentar. Esse grupo de facto era espectacular, quando disse que queria responderam logo que não, “não era com eles que eu iria enveredar por aqueles caminhos”. Foi quando percebi que eu estava a afastar-me mais do que sou para me sentir integrada com o grupo. Graças a esse grupo, que me queria bem, que eu nunca fumei charros na minha adolescência. Fui fumar mais tarde para conseguir perceber o que se sente ao fumar e poder estar na mesma linguagem que os adolescentes. Curiosamente, experimentei até várias vezes e depois desisti, tenho outras coisas que me levam ao bem estar e não preciso nem de gastar dinheiro nem colocar no meu corpo substâncias.
Com esse grupo de amigos que fumavam erva, um dia para estar no ritual do dar uma passa do charro que circulava, resolvi dizer que queria experimentar. Esse grupo de facto era espectacular, quando disse que queria responderam logo que não, “não era com eles que eu iria enveredar por aqueles caminhos”. Foi quando percebi que eu estava a afastar-me mais do que sou para me sentir integrada com o grupo. Graças a esse grupo, que me queria bem, que eu nunca fumei charros na minha adolescência. Fui fumar mais tarde para conseguir perceber o que se sente ao fumar e poder estar na mesma linguagem que os adolescentes. Curiosamente, experimentei até várias vezes e depois desisti, tenho outras coisas que me levam ao bem estar e não preciso nem de gastar dinheiro nem colocar no meu corpo substâncias.
Sabias que 71% dos jovens entre os
13 anos e os 18 anos já consumiram álcool e muitos tornam um hábito das saídas
noturnas? Para mim, que passei lá não é assustador, pois a minha visão na
altura era muito reduzida. Mas hoje lido com jovens e sei porque o fazem. Não é
fácil viver nesta sociedade de valentões camuflados. Todos nós queremos que
gostem de nós, o muitas vezes o custo é fazer o mesmo que os outros. E depois
isso gera outro tipo de conflitos, muitos deles que não estás preparado para
analisar, porque não te ensinaram.
Quando os meus filhos começaram a
sair à noite, óbvio que foram beber e fumar. Não interessa se eles fazem a
experiência, não é preciso coragem para isso, é preciso coragem para o oposto.
Curiosamente não é fácil dizer não. E depois claro, sou coach deles e de muitos
adolescentes e pergunto o que sentem quando bebem e porque bebem. Acreditas que
a maioria não é só para terem a experiência, muitos é para que olhem para eles.
Grande parte dos jovens não sabe sair à noite sem precisar de beber, isto
porque a bebida faz senti-los um pouco mais livres e mais eles. Mas as
implicações do álcool na tua vida quase que nem se nota, pois só bebes ao fim
de semana e à noite, e nem sais todas as noites. Mas o álcool sem dares conta
provoca outras coisas que não o que estás habituado a ouvir. E não é sobre a
tua atenção, nem é sobre o efeito do álcool no cérebro que te vou falar. Isso
podes procurar na net. E não penses que não bebo, cada vez mais raro, mas imagina trabalhei no mundo dos vinhos e adoro vinho e cerveja preta. Mas nunca bebo a mais, até tenho técnicas para saber quando estou a chegar ao limite.
Mas eu estou aqui para te falar sobre quem tu és. O álcool
ou um charro pode revelar-te mais liberdade, uma liberdade ilusória, mas seja.
Esta liberdade seria o máximo se tu não precisasses de nenhuma substância, mas
como costumo dizer aos meus adolescentes, se fizeste a experiência aproveita
para perceber onde precisas de chegar sem substâncias. A sensação que adquires
de liberdade tem um limite, como também já deves ter sentido, chega a um ponto
e já perdeste o controlo de ti, e isso no teu interior faz-te sentir mal. E
agora este pequeno sentimento, de que és o maior por fora e por dentro não és
tão maior assim, faz com que baixes na tua vida a percepção das tuas
capacidades. O que é que isto quer dizer? Estás a alimentar a tua baixa
auto-estima, isto por um lado quer dizer que quando bebes a tua autoestima é
mais elevada por fora, mas por dentro sabes que é uma ilusão, e por isso a tua
mente fortalece o que não queremos, a tua falta de autoestima. E sei que não
queres muito pensar nisso, porque hoje estás mal e vale a pena pensar e amanhã
estás fixe, não vale a pena pensar, mas é esse acumular que tens de estar atento. Porque em 3 tempos
estás isolado e com a autoestima e a autoconfiança muito em baixo. E nós
queremos é que sejas feliz, e aventureiro.
Por isso, quando beberes, fumares ou
outra coisa qualquer, lembra-te de quem tu és, e quem tu queres ser, sem que te
percas no caminho. Lembra-te podes sempre arranjar uma razão para resistires à
pressão do teu grupo, sem que ninguém fique chateado ou rejeitado. Se tens
dificuldade em te perceber, deixa-me dizer-te que até os adultos têm essa
dificuldade, em se perceberem a eles próprios. Não és diferente dos adultos, só
te exprimes de maneira diferente e que pode ser de certa forma sentido como
seres incompreendido.
Quanto ao tema, o teu grupo se te
quer bem, não pode esperar que faças o mesmo que eles, queres ser respeitado
respeita o outro do teu grupo, e respeita o que tu queres para ti. Sê corajoso
para não te deixares influenciar por coisas que te prejudicam.Sê corajoso para não pressionares o outro. Sê corajoso e pensa no que queres para ti, e aprende aos poucos a dizer que não queres, se não quiseres mesmo.