A adolescência é um dos momentos da nossa vida mais fixes, o que não quer dizer fáceis. Ouvimos falar sobre hormonas, e ainda aquela célebre frase "isso passa-te, são as hormonas!". Bem é verdade que é uma fase de muita agitação emocional e de muitas experiências até de rebeldia. Ui a rebeldia... os adultos têm dificuldades em lidar com ela.
Não fui rebelde quando era adolescente, mas lembro-me de não ser compreendida. Lembro de colocarem em dúvida coisas com a confiança, como a minha forma de pensar e ser. Sempre tentei não dar nas vistas. Coisa que não acontece agora. Mas isso moldou-me e limitou-me também, mas fez parte da minha aprendizagem. Sempre me dei com pessoas da minha idade e mais velhas. De certa forma era fixe ter pessoas mais velhas para conversar, parece que me ouviam e me entendiam, ao contrário dos meus pais. Acho que todos temos a sensação que os pais nunca nos compreendem, e nem nos esforçamos a falar. Eu sei, era assim na altura e á assim agora com os meus pais e com os meus filhos. Tenho 3 filhos, dois sentem-se compreendidos, até ao dia, e o outro assumiu à partida que não o compreendo e quando não lhe dá jeito não fala, e está certo. Nem sempre sou compreendida por eles também. Faz parte.
Na adolescência fiz um pouco de tudo, pela calada, mas acho que não saí muito da minha zona de conforto e dos limites dos meus pais. Fiz o que um adolescente faz, comecei a fumar, perdi a virgindade, apanhei bebedeiras, tive as minhas incertezas, as minhas dúvidas e as consequências das merdas que fazia. Tive de lidar com isso e tive de decidir muitas das coisas sozinha, para não ter de ouvir os meus pais. Mas também fiz merdas que só os meus pais poderiam resolver, principalmente na escola.
Mudei-me para um país onde não percebia um boi da língua, tive de lidar com a separação do meu namorado, com a raiva da injustiça de ter de ir morar para outro país, tive de aturar os meus pais, a lenga lenga da cena das notas e das negas, já para não falar da dinâmica dos amigos, enfim, uma vida normal.
Não sou muito de memórias, curiosamente lembro-me das más, como se não tivesse tido boas, mas até as bebedeiras têm um lado bom e outro mau, assim como o sexo, assim como tudo na vida. Lembro-me do que tenho de me lembrar, acho que é isso. Falar com adolescentes ajuda-me a recordar o que vivi. E lembro-me que nem sempre é fácil ser adolescente e que sabe bem ter uma pessoa mais velha para conversar.
Quando falo com jovens adolescentes falo sem tabus. Não tenho problemas nenhuns em falar de assuntos que muitos consideram estúpidos, porque eu não acredito que haja assuntos estúpidos e nós também somos isso... estúpidos... temos dias em que somos e não tem mal nenhum nisso. Não sejas é todos os dias lol. Por isso, comigo podes falar de tudo. Podes-me enviar mensagens que eu leio e tento-te ajudar.
Disse-te que era coach, ser coach é ser treinadora da vida. O que faço é Caching. O que é o Coaching, antes de mais é uma ferramenta que pretende que tu alcances uma coisa, seja lá o que essa coisa é. Há adolescentes que apenas querem ter um emprego de verão, outros que querem gostar mais deles, outros que buscam uma vocação, outros apaixonarem-se e encontrarem uma namorada, ou mesmo desenvolver um pequeno negócio, sei lá... Essa coisa nós chamamos objectivos. E no coaching trabalhamos para atingir objectivos, trabalhamos para conseguir ser e estar como queremos. Como fazemos, guiamos-te num processo, com base em perguntas, e apoiamos-te na acção. É importante agir, agir é a nossa única forma de melhorar a realidade em que vives. E digo-te que trabalho com adultos também e também eles têm dificuldade em agir.
Este bolg foi criado para, enquanto coach de adolescentes, enquanto mãe e enquanto adulta com uma mente aberta, poder te dar algumas dicas e algumas percepções da realidade que podes estar a viver. E ainda dar-te alguns valores que servirão de alicerce na tua vida adulta. Não estou cá para te julgar, nem para te controlar, nem para te mudar, isso cabe-te a ti decidir. Por vezes digo aos jovens que não existe certo ou errado, existem experiências com implicações e lições e que por vezes temos de as ter para saber o que queremos.
Falarei de muita coisa, mas gostava que me ajudasses a falar para ti, com temas que achas relevante discutirmos.